O que vem a ser o romance grego? Quais são seus motivos, temas e autores? Por que o romance grego serviu de modelo arquetípico para os gêneros literários e dramatúrgicos do período medieval e moderno? O curso “Romance Grego: o surgimento do gênero romanesco na Grécia Imperial”, da professora Rita Codá, buscará explorar estas e outras questões.
Breve apresentação do tema
Por muito tempo, o que se convencionou chamar “romance grego” foi considerado, por muitos helenistas, um gênero menor que teria surgido numa época posterior ao Helenismo, anterior à Segunda Sofística e teria atravessado a era bizantina. Seria, para eles, uma literatura de “vulgarização”. Outros teóricos, como K. Kérényi e Pierre Huet, afirmam que os gregos trouxeram do Oriente, em estado bruto, uma arte romanesca e a elevaram a um alto grau de perfeição formal. Em verdade, o romance grego nasceu num contorno histórico bem definido e num ambiente espiritual de ampla tradição literária: o Oriente Próximo helenizado e dominado pelo Império Romano.
Os cidadãos cultos do Egito, de Roma, da Fenícia, da Síria e de outros países do Oriente tinham, por cima de suas diferentes tradições locais, uma tradição literária comum: a grega. O romance grego, portanto, não faz referência à situação política presente. Ele se volta ao passado, a um passado muito anterior à era helenístico-romana. Ele foi uma criação autônoma, um somatório de experiências anteriores vividas pelo autor, oriundas do mesmo imaginário que permitiu o surgimento de outros gêneros literários. Não por acaso, a tessitura do romance grego se tornará um arquétipo para as gestas medievais e o teatro renascentista.
Professora: Rita Codá

Rita Codá é doutora (PhD) em Literatura Comparada (Lingua e Literatura Gregas) pela UFMG; mestra em Literatura Brasileira e Língua Grega Professora Universitária; Professora Aposentada do Colégio Pedro II (IFTTEC) e membro da Academia Luso-Brasileira de Letras (Cadeira n°. 38)
Quando?
às terças (6 encontros):
10-31 de maio, 07 e 14 de junho
Que horas?
19:30 às 21:00 h
Onde?
Plataforma ZOOM do Ateliê de Humanidades
Disponível em aulas ao vivo ou gravadas!
Carga horária
8 horas (6 aulas)
Investimento
R$ 180,00*
Política de descontos
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Certificação
Emissão de certificado de 8h/aula de curso livre no Ateliê de Humanidades (mínimo 3/4 de frequência)
Programa
1a aula
O que vem a ser o romance grego como gênero literário; como e onde surgiu; a sua recepção no mundo helenístico-romano: quem lia ou a quem se dirigia o romance grego; os componentes estruturais do romance: seu conteúdo
2a aula
A estrutura do romance grego; apresentação dos títulos que sobreviveram ao tempo e que se enquadram neste gênero; o objetivo deste gênero literário.
3a aula
Os romances As Efesíacas e Dáfnis e Cloé como arquétipos dos ideais gregos da kalokagathía clássica.
4a aula
A perda do sentido heroico homérico, matizes filosófico-religiosos, romantização e feminismo. Apoteose do casamento e da fidelidade entre os amantes.
5a aula
O Satíricon, de Petronio: uma crítica ao romance grego. Uma obra que se torna a origem da narrativa picaresca. As metamorfoses, de Apuleio, e Lucio ou o asno, de Luciano de Samósata, podem ser considerados como romances filosóficos. No caso de Apuleio, propaganda religiosa (dos Mistérios de Ísis) também.
6a aula
Os romances de cavalaria e o romance renascentista como herdeiros do romance grego. Recapitulação cronológica e conteudística do gênero romanesco, a partir do romance grego até o surgimento do romance burguês no ocidente europeu.
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