O movimento convivialista no Brasil realizou sua II Plenária hoje, às 10h, com o tópico de reflexão “como minhas ações se articulam com as ideias e práticas conviviais?”. Como base de reflexão, a Central do convivialismo escreveu um pequeno texto sobre as “mediações para o convivial”. Pensamos que estão propostas nele uma tipologia e algumas questões que são relevantes não só para o convivialismo, como também para a construção de qualquer movimento social em uma democracia plural e complexa.
Publicamos assim, hoje, o texto “Mediações para o convivial” no Fios do Tempo com o intuito de tornar pública a iniciativa e também de colaborar para uma reflexão acerca dos desafios comuns das ações coletivas nas sociedades contemporâneas.
Convidamos aqueles que não conhecem o convivialismo, ou que ainda não são signatários, que leiam o Segundo Manifesto Convivialista (https://ateliedehumanidades.com/2021/01/06/livro-segundo-manifesto-convivialista/) e visitem nosso site (https://ateliedehumanidades.com/convivialismo/).
Aos signatários do Segundo Manifesto Convivialista que não participaram, informamos que o vídeo da Plenária já está disponível para assistir.
A. M.
Fios do Tempo/Conviviações, 29 de setembro de 2021
Mediações para o convivial:
como minhas ações se articulam com as ideias e práticas conviviais?
O objetivo desta plenária é fortalecer o convivialismo.br através da identificação, comunicação e ativação dos elos da rede convivialista. Sabemos que existem muitas pessoas e instituições da rede convivialista no Brasil que já atuam com práticas conviviais, ou que possuem um potencial ainda não conectado ou ativado. Por isso, gostaríamos de escutar e conversar sobre o que está sendo feito em convergência com ideias e práticas conviviais e quais as propostas para mobilização comunicativa e interativa das redes existentes.
A indagação norteadora das nossas reflexões consiste em cada um se perguntar: “como minhas ações se articulam com as ideias e práticas conviviais?”. Para nos fortalecer mutuamente em torno da ideia convivial e sermos capazes de torná-la efetiva em nossa sociedade, os elos das redes são centrais, pois eles operam como mediadores entre as ideias e as práticas conviviais, tornando possível que a proposta convivialista extravase os círculos acadêmicos e se faça presente na opinião pública e em práticas institucionais e cotidianas.
Em razão da natureza da nossa rede convivialista, estamos identificando, a princípio, quatro (04) tipos de mediações para o convivial:
1. Mediação intelectual. É realizada por pessoas e instituições que fazem pesquisas sobre distintos fenômenos e problemas, construindo conhecimento qualificado em razão da obra acadêmica e/ou do conjunto de suas pesquisas. Por meio da descrição, explicação e/ou compreensão, esta mediação contribui para o esclarecimento de problemáticas caras ao Manifesto, alimentando debates intelectuais e fornecendo conhecimentos relevantes para propostas e práticas;
2. Mediação de comunicação pública. Ela se caracteriza pela relação mais direta com a busca de informação, a narração e a difusão de experiências e práticas conviviais. Ela tem uma relação mais direta com a imprensa e as redes sociais, sendo capaz de difundir os conceitos, valores e práticas convivialistas nos distintos media;
3. Operação práticas e experimentais. Este tipo de mediação diz respeito aos mediadores com forte perfil ativista ou militante (incluindo ações de advocacy). Ela é voltada para o desencadeamento de práticas convivialistas ativas na sociedade, seja por meio da construção e realização de projetos, seja na forma de mobilização de atores e recursos para a intervenção no espaço público ou nas instituições privadas, públicas e estatais. Ela constitui um ponto simetricamente equidistante e complementar à primeira mediação.
4. Mediação de interconhecimento direto / intercâmbio prático-institucional. É aquela que, mesmo guardando forte vinculação institucional de pesquisa nas universidades, também atua com extensão universitária e, assim fazendo, consegue costurar passarelas valiosas de diálogos entre sujeitos pertencentes a mundos sociais a princípio distanciados, mas que podem ter diálogos interinstitucionais com aprendizados mútuos (entre organizações locais e instituições públicas, universidades, entes privados e organizações da sociedade civil).
Questões: Suas ações atuam como mediadores para o convivial? De que forma? Você tem propostas sobre como construir tais mediações? Como nós poderíamos construir isso juntos?
Central do convivialismo no Brasil
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