Apresentação
O avanço numérico de religiosos na política [desde a década de 1980] teve uma nova clivagem a partir de 2010, não apenas pelas mudanças apresentadas no Censo, mas também pelos discursos messiânicos e o corporativismo protagonizados pelo segmento evangélico, sobretudo nas últimas eleições. Este curso busca, à luz de categorias de análise das ciências sociais e da sociologia da religião: a) problematizar o envolvimento do segmento evangélico pentecostal a partir das eleições de 2018 [tendo como foco as Assembleias de Deus] considerando seu desdobramento no atual governo; b) descrever o projeto de “guerra cultural” em que se estabelece a diferenciação entre o “nós” [grupo que pretende a hegemonia] e o “eles” [adversário político a ser eliminado]; c) analisar o perfil sócio cultural dos evangélicos pentecostais das camadas populares e sua afinidade com o projeto bolsonarista; d) analisar a presença religiosa nas recentes eleições municipais de 2020 diante das seguintes hipóteses: esvaziamento do extremismo religioso bolsonarista ou acomodação com esquema da direita “fisiológica” do “Centrão”?
* Curso disponível em aulas ao vivo (síncronas) e gravadas,
ficando disponíveis aos alunos por 1 mês para assistirem a qualquer momento
Professores
Marcelo Camurça

Doutorado em Antropologia Social pelo Museu Nacional (UFRJ) e pós-doutorado na École Pratique des Hautes Etudes/Sorbonne, Session Sciences Religieuses. Professor Titular (aposentado) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Professor Convidado no Departamento de Ciência da Religião dentro do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. É professor visitante no Programa de Pós Graduação em História Social na UERJ (2019-2020). Tem experiência nas áreas de Antropologia da Religião e Antropologia da Política, com ênfase em pesquisas sobre o Campo Religioso Brasileiro e Religião no Espaço Público. Pesquisa mais especificamente os seguintes temas: Catolicismo, Espiritismo e Nova Era dentro da perspectiva de religião e modernidade, sobre a Laicidade e papel público das religiões no Brasil, sobre rituais e imaginário da política e sobre a temática da juventude e religião.
Nelson Lellis

Doutor em Sociologia Política (UENF). Bolsista pós-doc pelo PPGSP-UENF. Membro do Núcleo de Estudos em Representação e Democracia (NERD). Tem experiência nas áreas de Ciência e Sociedade, Análise do Discurso, Sociologia da Religião, Filosofia da Religião, Primeiro Testamento (Bíblia Hebraica), Metodologia da Pesquisa. Desenvolve pesquisas sobre a interface Política e Religião no Brasil. Organizador das coletâneas: “Política e Religião à brasileira” (editoras Terceira Via / Recriar); “Religião e Violência” (ed. Recriar); “Israel no período Persa” (Editoras Loyola / Recriar). Colaborador no Fios do Tempo do Ateliê de Humanidades (Instituição de livre estudo, pesquisa, escrita e formação). Colunista e membro do Comitê Editorial da Revista Senso. Membro do Grupo de Pesquisa Dinâmicas Territoriais, Cultura e Religião (CRELIG).
Metodologia
Aulas expositiva a partir do Zoom, abrindo-se espaço para diálogos com os alunos.
Quando?
às quintas:
01, 08, 15 e 22 de abril
Que horas?
das 20 às 21:40 h
Onde?
Aplicativo Zoom (inscritos receberão link, ID e senha de acesso)
Carga horária
8 horas/aula
Investimento
R$ 180,00
Política de descontos
- Descontos para apoiadores do Ateliê de Humanidades: Apoiador Padrão (20% de desconto no primeiro curso e descontos progressivos no próximo até 50%) / Apoiador Premium (50% de desconto em todos os cursos)
- Inscritos em mais de um curso do Ateliê de Humanidades ganham descontos progressivos de 20 a 50% de desconto;
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Certificação
Emissão de certificado de 8h/aula de curso livre no Ateliê de Humanidades (mínimo 3/4 de frequência quando presencial / comprovação de acompanhamento da aula para remoto)
Programa
1a sessão.
Eleições de 2018: as Assembleias de Deus e o bolsonarismo
2a sessão.
A “Guerra cultural” como programa político do Messias
3a sessão.
Por que os evangélicos pentecostais das camadas populares apoiaram o projeto conservador de Bolsonaro? A questão das maiorias e minorias na gestão do Estado Democrático
4a sessão.
Qual o papel dos evangélicos nas eleições de 2020? Derrota do projeto bolsonarista/ IURD? Acomodação com a direita moderada? Surgimento de novos grupos evangélicos à esquerda?

Bibliografia indicativa*
ALMEIDA, Ronaldo. A onda quebrada – evangélicos e conservadorismo. Cadernos PAGU, São Paulo, v. 50, 2017, p. 5-30.
__________. “Deus acima de todos”. In: Democracia em risco? 22 ensaios sobre o Brasil hoje. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
BURITY, Joanildo. A onda conservadora na política brasileira traz o fundamentalismo ao poder? In: ALMEIDA, Ronaldo; TONIOL, Rodrigo (org.). Conservadorismos, fascismos e fundamentalismos: análises conjunturais. Campinas: Editora da Unicamp, 2018, p. 15-66.
CAMURÇA, Marcelo Ayres. Religião, política e espaço público no Brasil: perspectiva histórico/sociológica e a conjuntura das eleições presidenciais de 2018. Estudos de Sociologia, v.3, n.25, 2019, p. 125-159.
DUTRA, Roberto; LELLIS, Nelson. “Evangélicos e as redes sociais: a moralização da política brasileira (2018-2020)”. In: RODRIGUES, Donizete; LELLIS, Nelson. Religião. Religião e política: o contexto da lusofonia. São Paulo: Ed. Recriar, 2020b, p. 157-191.
__________. Programmatic Crisis and Moralization of the Politics: a Proposal to Define the Bolsonarism from the Experience with the Covid-19 Pandemic. Int J Lat Am Relig, 2020a. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s41603-020-00113-3>.
__________. “Representação religiosa na política e os conflitos de uma relação complexa: o caso da senadora Eliziane Gama”. In: RIBEIRO, Cláudio de Oliveira; LELLIS, Nelson. Religião e Política à brasileira: faces evangélicas no cenário político. São Paulo: Ed. Recriar, 2019, p. 37-64.
GOMES, Edlaine Campos. A Era das Catedrais da IURD: a autenticidade em exibição. Tese de Doutoramento apresentada ao PPG em Ciências Sociais da UERJ. Rio de Janeiro: PPCIS/UERJ, 2004.
GOMES, Wilson. “Nem anjos nem demônios”. Nem Anjos nem Demônios: interpretações sociológicas do pentecostalismo, Petrópolis: Vozes, 1994, p. 225-270
GUTIERREZ, Carlos. “Igreja Universal e política: controvérsia em torno do secularismo”. In: P. Montero (org.). Religiões e controvérsias públicas: experiências, práticas sociais e discursos. São Paulo: Editora Terceiro Nome, Campinas: Editora Unicamp: 2015, p. 49-74.
HUNTER, James. The Culture War and the Sacred/Secular Divide: The Problem of Pluralism and Weak Hegemony. Social Research, Vol. 76, nº 4, 2009, p. 1307-1322.
LINDHOLM, Charles. Carisma: êxtase e perda de identidade na veneração ao líder. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1993.
MACHADO, Maria das Dores Campos. Olhando as mulheres pentecostais através do espelho. VALLA, Vítor Vincent (org.). Religião e Cultura Popular, Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p. 79-90.
MAFRA, Clara. “Distância territorial, desgaste cultural e conversão pentecostal”. In: ALMEIDA, Ronaldo. MAFRA, Clara, Religiões e Cidades Rio de Janeiro e São Paulo, São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2009, p. 69-89.
MARIZ, Cecília Loreto. Alcoolismo, gênero e pentecostalismo. Religião e Sociedade 16/3, 1994a, p. 80-93.
__________. “Libertação e Ética: uma análise do discurso dos pentecostais que se recuperaram do alcoolismo”. In: Nem Anjos nem Demônios: interpretações sociológicas do pentecostalismo. Petrópolis: Vozes, 1994b, p.204-224.
__________. A Teologia da batalha espiritual: uma revisão da literatura. BIB 47, 1º semestre, 1999, p.33-48.
MOUFFE, Chantal. Sobre o político. São Paulo: Martins Fontes, 2015.
__________. The return of the political. Nova York/Londres: Verso, 1993.
WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2003.
__________. Ética econômica das religiões mundiais: ensaios comparados de sociologia da religião. 3 – O judaísmo antigo. Petrópolis: Ed. Vozes, 2019.
* A bibliografia não é obrigatória, mas sim indicativa. Serão disponibilizados materiais com leituras seletas e sínteses do conteúdo lecionado.

Pontos de Leitura. Max Weber: quem foi e quais são os 5 autores e livros essenciais para entendê-lo hoje? – por Carlos Eduardo Sell
Max Weber, quem foi? (1864-1920) Jurista de formação, economista por profissão, sociólogo por confissão, Max Weber é um clássico indiscutível em todas as áreas da humanidades. Nascido em Erfurt, em 1864, fez seus estudos superiores na área do direito em Heidelberg (1882-1883), Berlim (1884-1886) e Göttingen (1884-1886), instituição na qual recebeu os títulos de doutorado…
Fios do Tempo. O novo Max Weber – por Carlos Eduardo Sell
No dia 14 de junho (domingo), relembramos os 100 anos de morte de Max Weber, um pensador clássico da sociologia e autor de uma das obras mais influentes do século XX. Como preparativo para a live, publicamos hoje no Fios do Tempo o ensaio O novo Max Weber: como as Obras Completas (MWG) desafiam a…
Live. O legado de Max Weber: 100 anos depois – com Carlos Eduardo Sell
No dia 14 de junho (domingo), relembramos os 100 anos de morte de Max Weber, um pensador clássico da sociologia e autor de uma das obras mais influentes do século XX. Neste dia, às 20 horas, faremos o jubileu de morte com a live “O legado de Max Weber – 100 anos depois” com o…
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