Fios do Tempo. A Igreja Católica em crise

Há alguns dias (04 de junho), o cardeal alemão Reinhard Marx apresentou uma carta de renúncia ao Papa em meio a mais um episódio da crise interna da igreja Católica. Como interpretar tal fato? Seria ele um acontecimento banal restrito à situação alemã ou expressa ele um conflito muito mais profundo e decisivo? Em uma análise fina, sóbria e empiricamente informada, que conjuga a interpretação histórica sobre a Igreja com a análise sócio-política dos atores e instituições, este texto de Carlos Eduardo Sell nos proporciona um diagnóstico das disputas em curso no papado de Francisco, mostrando que o que está em jogo é nada menos do que a questão radical acerca de qual a identidade e p lugar da Igreja Católica no novo século.

Desejo uma excelente leitura!

A. M.
Fios do Tempo, 09 de junho de 2021



A Igreja Católica em crise:
o que se esconde por trás da renúncia do Cardeal Marx? 

Depois que Bento XVI abdicou do trono papal, a renúncia de um mero Cardeal ao seu posto pode até parecer trivial, mas os motivos que levaram Reinhard Marx, nada menos que o líder da ala progressista da igreja católica alemã, a deixar (em 04/06) o comando da arquidiocese de Munique, está longe de ser banal.

Se juntarmos a esse acontecimento a investigação que o papa Francisco ordenou (em 28/05) para verificar o que se passa na arquidiocese de Colônia (sob o comando do conservador Cardeal Rainer Maria Woelki[1]), além do fato de que, em aberta discordância contras as orientações do Vaticano[2], padres alemães estabeleceram a data de 15/05 como dia de protesto para abençoar casais do mesmo sexo, mulheres foram convidadas a pregar nos púlpitos das igrejas (em 19/05), mesma semana em que protestantes puderam comungar livremente nas missas católicas, já dá para perceber que a igreja na Alemanha está em plena ebulição. Um novo cisma? Voltamos aos turbulentos tempos de Lutero?

Ainda que não seja este o caso, vale perguntar: afinal, o que se esconde, por trás de tudo isso?

Inegavelmente o catolicismo alemão vive uma crise profunda que vem implodindo sua legitimidade. Essa crise vai muito além das terras germânicas e coloca em pauta a própria natureza da igreja católica como instituição. Por esse motivo, compreender as raízes desta crise nos ajuda a expor os dilemas do catolicismo em escala global e constitui uma rara oportunidade para refletir sobre os seus rumos na era atual. Vejamos, pois, algumas diferentes dimensões e os possíveis desdobramentos desta crise.

1. Do abuso clerical ao Caminho sinodal: refundar a igreja?

A raiz última da crise estrutural do catolicismo alemão são as denúncias de abuso sexual cometidas por parte de seus clérigos. Conforme um relatório realizado pela Universidade de Heidelberg, em 2018, entre 1946 e 2014, pelo menos 3.677 pessoas sofreram abusos, sendo mais de metade delas com idade igual ou inferior a 13 anos. Nos episódios estavam envolvidos 1.204 eclesiásticos (4.4% do total).  O pior é a cúpula da igreja atuava de modo corporativo, sendo leniente e omissa frente às vítimas.

As consequências não se fizeram esperar e, apenas ano de 2019 , 272.771 fiéis católicos deixaram de pagar impostos para a igreja ou, na prática, abandonaram sua religião. E ainda que Francisco tenha endurecido a legislação para tratar deste casos, os bispos alemães resolveram ir ainda mais longe.

Liderados pelo Cardeal Marx, que entre 2014 a 2020 foi o presidente da Conferência episcopal alemã, eles decidiram enfrentar o problema através de um amplo processo democrático-participativo denominado Caminho Sinodal. Até aí nada anormal, já que a figura do “Sínodo” [uma espécie de assembleia  deliberativa realizada pelos bispos em nível regional ou nacional] é algo previsto na legislação católica. Ocorre que o Caminho Sinodal alemão deixou de ser uma assembleia exclusiva de bispos, conferindo conferindo aos leigos católicos o mesmo número de representantes do episcopado. Trata-se de um gesto revolucionário que praticamente dissolve a diferença hierarquia/leigos.

De início, o próprio Vaticano reagiu de forma desconfiada[3], mas com a mediação do Cardeal Marx, um dos mais próximos colaboradores de Francisco[4], o Caminho sinodal estabeleceu uma pauta de quatro pontos para dar uma resposta radical à crise: 1) O poder na igreja, 2) Vida sacerdotal, 3) Mulheres na igreja e, 4) Amor e sexualidade. Após duas assembléias gerais, seus membros propuseram, entre outras medidas, maior participação dos leigos nas instâncias decisórias da igreja, o fim do celibato sacerdotal, a permissão de acesso feminino ao sacerdócio, bem como uma completa revisão da moral sexual da igreja. 

Como se vê, trata-se de uma pauta bomba que simplesmente explode os fundamentos da instituição católica. Dos cerca de 70 bispos alemães, apenas três esboçaram algum tipo de resistência à iniciativa, entre eles o Cardeal Woelki que tentou, em 19/08/2019, sem sucesso, apresentar um estatuto alternativo para o Caminho Sinodal.       

Mas nada feito. O fato é que que a crise alemã criou uma estrutura de oportunidades políticas que enfraqueceu a ala conservadora da igreja e deu um novo impulso a seus setores mais progressistas.

2. Da Alemanha ao papa Francisco: reforma ou revolução?

Nada disso poderia ter acontecido sem a eleição, em 2013, do Cardeal Jorge Mario Bergoglio como papa Francisco. Embora, para o sociólogo italiano Marco Marzano[5], as propaladas reformas de Francisco não passem de cortina de fumaça para manter tudo como está, e ainda que a imagem de um papa revolucionário lutando sozinho contra o covil de lobos da Cúria romana, proposta pelo vaticanista Marcos Polliti[6],  seja uma imagem por demais simplista, não restam dúvidas de que, com o papa latino-americano, a era Wojtyla/Ratzinger chegou ao fim e um novo ciclo de reformas está em andamento.

Por isso, não é por acaso que é justamente de Francisco que os prelados alemães colheram o frame a partir do qual enquadram as raízes do furacão em que se encontram: o “clericalismo”[7]. Para combater este mal, Francisco propôs a tese da pirâmide invertida: a hierarquia está a serviço do povo de Deus. Para o papa argentino, cuja formação se dá no contexto de uma teologia declaradamente “populista”[8], a igreja católica deve adotar um formato sinodal entendido como “a participação de todo o povo de Deus na vida e na missão da igreja”.[9] Mesmo que Francisco diga que “a igreja não é um parlamento”[10], não resta dúvida de que com a ideia de sinodalidade a igreja católica entra definitivamente na era da democracia participativa.

E as inovações não param por aí. Ao resumir, em 2016, os resultados de um Sínodo sobre a família, Francisco promulgou um documento chamado de Amoris Laetitia que, em uma de suas notas de rodapé, permitia, ainda que de modo oblíquo, e a depender de circunstâncias particulares a serem analisadas caso-por caso, a comunhão dos recusados.[11] O que a biopolítica de Francisco propõe, na verdade, é que, embora o ensinamento moral da igreja, como tal, não chegue a ser explicitamente reformulado, o que importa é o acolhimento que a igreja dá àqueles que não seguem os seus ditames: mais do que a ortodoxia, vale a ortopraxia.

Pode parecer pouco, mas foi o suficiente para que quatro cardeais apresentassem um pedido de esclarecimento público [Dubia] à respeito de supostas imprecisões do documento.[12] O gesto, na verdade, visava estampar em Francisco a pecha de papa herege, um insulto que os sites dos setores ultra-conservadores não se cansam – ad aeternam – de repetir. No entanto, erra quem pensa ser este o gesto de um grupo isolado já que os quatro cardeais adversários de Francisco são apenas a face visível de uma significativa ala da igreja que não compartilha da mesma visão de Francisco: eles são a ponta de um iceberg.

Mas, quem conclui disso tudo que Francisco é um revolucionário que deseja solapar as bases do catolicismo não deve esquecer que ele não levou em consideração o desejo do Sínodo da Amazônia que, em 2020, pedia que a igreja católica aceitasse que diáconos casados se tornassem padres para atender as comunidades mais distantes daquela região. Além disso, o mesmo papa que afirmou em 2013 que “Deus não julga os homossexuais”[13] é o mesmo que assinou o Responsum do Vaticano que negava a benção para casais do mesmo sexo. Mas o papa não é infalível?[14]l Como pode Francisco, então, ser contraditório?

Embora a ambivalência de Francisco provoque ásperas disputas entre seus intérpretes, não creio que seus confusos movimentos de “vai-vem” sejam desprovidos de método. Partidário da tese que “a unidade é superior ao conflito”[15], Francisco sabe que não pode mover a gigantesca burocracia católica de forma brusca. Por isso, através dos choques que provoca e dos pequenos abalos que produz, ele pavimenta o caminho reformista. Mas, como ensinam os estrategistas: com um passo atrás e dois para à frente.

Tanto é assim que, no auge da crise alemã, quando os críticos fustigavam o Caminho sinodal com a pecha de cismático, Francisco anunciou que o próximo sínodo ordinário dos bispos[16], previsto para 2023, que é exatamente sobre o tema da sinodalidade [vale dizer, democracia] deverá começar pela consulta às bases. O Caminho sinodal alemão recebeu, assim, a benção papal e tornou-se, de uma dia para o outro, modelo para toda a igreja.

Neste contexto, a renúncia do Cardeal Marx foi um tremendo gesto simbólico que sinaliza o que espera, daqui para a frente, a hierarquia católica. Apesar de pessoalmente enfraquecido[17], seu projeto sai vitorioso. Quanto a seu oponente, o Cardeal Woelki, mesmo se permanecer no posto,  já é peça fora do jogo.

3.  O que está em jogo? 

Mas quem realmente quer compreender o que se passa na igreja católica precisa ir além da Alemanha e do papa Francisco para voltar um pouco mais no tempo, pois para uma instituição duplamente milenar como essa, as disputas em curso não são momentâneas e pertencem a ciclos históricos longos.

Mesmo assim não é preciso ir longe demais, pois os analistas são unânimes em afirmar que o pomo de discórdia do catolicismo contemporâneo é a herança do Concílio Vaticano II (1962-1965). Enquanto a ala entusiasta-radical entende o Concílio como um evento carismático cujo “espírito” é a renovação constante – uma revolução permanente, por assim dizer, – seus críticos [mas não adversários] entende que ele deve ser lido na “continuidade” da longa tradição da igreja. Nenhuma destas alas nega o valor do Concílio[18], mas enquanto os primeiros veem o evento conciliar como ponto de partida para introduzir ainda mais mudanças, os demais entendem que ele é um ponto de chegada, o que significa que suas propostas devam ser implementadas, mas não são um salvo conduto para moldar a igreja ao sabor do momento.

Junto a este, outro ponto que realmente divide a hierarquia católica é o modo como o Concílio Vaticano II re-posicionou a relação entre igreja e mundo moderno. Embora ambas as alas concordem com o fato de que a superação da posição anti-moderna seja um ganho, críticos sustentam que o Concílio acabou aceitando uma visão excessivamente otimista da modernidade: da negação, a igreja católica teria passado, então, para sacralização da realidade mundana.

Qual o futuro desta disputa?

Embora previsões sejam apressadas, o fato é que a teologia da sinodalidade traz potencialmente embutida nela uma inversão profunda na auto-compreensão da igreja católica enquanto organização política. Nela estão envolvidas duas inversões:

  • A primeira delas inverte a direção do fluxo do poder, pois enquanto, na concepção vigente, igreja representa um poder que vem do alto, a pirâmide invertida de Francisco faz o poder fluir das bases para a cúpula. De um fluxo “descendente” passa-se, assim, para um fluxo “ascendente”, da hierarquia passa-se para a democracia. Seria esta a vitória tardia do livro Igreja: carisma de poder, de Leonardo Boff, condenado pelo Vaticano em 1984?[19]
  • A segunda inversão diz respeito à distribuição do poder, pois agora, em vez de apenas objetos do processo decisório, os leigos passam a ser sujeitos de decisões vinculantes. E isso não apenas porque o processo decisório começa na base, mas também porque a sinodalidade enseja a possibilidade de quebrar o monopólio político do clero pela via da atribuição de poderes administrativos a leigos.[20]

Não menos importante, mas muito menos clara é a dimensão bio-política, pois ainda que o deslocamento da ênfase da “doutrina” abstrata para a “práxis” concreta não seja de pouca monta, Francisco não parece sinalizar para nenhuma revisão teológica/teórica de grande impacto na área moral.[21]. Ainda que se trate de uma mudança tática, na prática a estratégia de acomodação diante da contradição entre a norma e os fatos continuou a ser mantida.

No fundo, o que realmente está em jogo na dimensão bio-política é a base filosófica da moral católica que se fundamenta na ideia de lei natural. Esse fundamento foi mantido pela Encíclica Humane Vitae (1968) de Paulo VI e acabou plantando um enorme fosso entre a prática sexual efetiva dos católicos e as orientações morais da igreja católica. Consolidada a ruptura da lei natural, a igreja católica despedir-se-ia de vez de qualquer base metafísica.

Mas, com um alto preço.

Embora a inteligência laico-progressista possa até torcer esperançosa por um giro modernizante da igreja, boa parte das forças católicas não parece olhar com bons olhos o modelo mega-progressista das igreja protestantes de tipo histórico que, uma vez convertidas ao relativismo historicista da cosmovisão liberal/libertária, mal se distinguem de um humanismo secular de fundo cristão. E, ainda que afinadas com os valores modernos, continuam tão vazias como antes.

A pergunta que fica é se, conforme já apontava o sociólogo Michael Ebert, nos anos 70, o que estamos assistindo não representaria uma nova etapa do processo de des-institucionalização da igreja católica enquanto estrutura dispensadora da graça.[22] O fim da igreja tal como a conhecemos até agora.

Vejamos, pois, o que acontecerá até 2023.

Notas

[1] Acusado, como muitos outros prelados alemães, de leniência em relação a processos de abusos sexuais da parte de clérigos sob sua responsabilidade.

[2] Em 22/02/2012, a Congregação para a Doutrina da Fé emitiu uma Resposta [Responsum] a dúvidas manifestadas pelos bispos alemães e respondeu que bênçãos para casais do mesmo sexo não são possíveis porque imitam inadvertidamente um casamento sacramental entre um homem e uma mulher.

[3] Em 29.06 de 2019, o próprio Papa Francisco endereçou uma longa ao “povo de Deus que está a caminho na Alemanha”. No dia 04 de setembro do mesmo ano, foi a vez do Prefeito da Congregação para os Bispos, o cardeal Marc Ouellet, de chamar a atenção dos bispos alemãs sobre possíveis violações das normas canônicas.

[4] Ele integra o seleto grupo de conselheiros do papa que prepara um documento para reformar a Cúria Romana [conjunto de órgãos da burocracia vaticana].

[5] La Chiesa immobile. Francesco e la rivoluzione mancata. Roma: Laterza, 2019.

[6] Em: Francesco tra i lupi. Il segreto di una rivoluzione. Roma: Laterza, 2014.

[7] Veja-se, por exemplo, a Carta de 20 de agosto de 2018: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2018/documents/papa-francesco_20180820_lettera-popolo-didio.html

[8] Trata-se de uma vertente não marxista da teologia da libertação. Um de seus principais representantes é o teólogo argentino Juan Carlos Scannone. Para uma análise do tema veja-se: http://www.ihuonline.unisinos.br/edicao/465.

[9] O documento que trata do assunto chama-se A sinodalidade na vida e na missão da igreja e foi publicado em 2018:  https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/cti_documents/rc_cti_20180302_sinodalita_po.html

[10] Vide sua declaração em 30 de Abril de 2021.: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-04/papa-francisco-audiencia-acao-catolica-italiana-xvii-assembleia.html.

[11] Trata-se da nota 351 que afirma: “Em certos casos, poderia haver também a ajuda dos sacramentos. Por isso, ‘aos sacerdotes, lembro que o confessionário não deve ser uma sala de torturas, mas o lugar da misericórdia do Senhor’.  De igual modo destaco que a Eucaristia ‘não é um prêmio para os perfeitos, mas um generoso remédio e um alimento para os fracos’.

[12] O documento foi publicado em 19 de setembro e 2016 pelos Cardeais alemães Walter Brandmüller e Joachim Meisner; o italiano Carlo Cafarra; e norte-americano Raymond Burke.

[13] Conforme noticiado em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/07/homossexuais-nao-devem-ser-julgados-ou-marginalizados-diz-papa.html.

[14] Na verdade, a chamada “infalibilidade do papa” – definida em 1871 pelo Concílio Vaticano I, não se aplica a seus pronunciamentos cotidianos e vale apenas quando explicitamente formulada, no linguajar católico: ex Cathedra. Na prática, ele só foi utilizado uma vezes até agora, por Pio XII, para proclamar o dogma da Assunção de Maria.

[15] Massimo Borghesi (Jorge Mario Bergoglio: uma biografia intelectual. Petrópolis: Vozes, 2018), na biografia intelectual que escreve do Papa, mostra que são 4 os princípios que orientam a cosmovisão filosófica de Francisco: 1) O tempo é superior ao espaço, 2) a realidade é mais importante do que a ideia, 3) o todo é superior à parte e 4) a unidade prevalece ao conflito. Trata-se, em essência, de um tomismo de tipo “dialético” que parte Alberto Methol Ferré, Augusto Del Noce e outros. Existem também outras influências, como a do pensador católico alemão Romano Guardini.

[16] Em nível global, os papas sempre convocam sínodos ordinários, males tem caráter consultivo.

[17] Ele é também é acusado de, como bispo de Trier, ter sido leniente em relação aos abusos.

[18] Ao contrário da ultra-direita católica que considera o Concílio uma apostasia e que entende que a sé de Pedro [Papado] está vaga. Mas, apesar de sua virulência nas redes sociais, ela possui fraca inserção na hierarquia católica. 

[19] Neste livro, partindo da análise marxista, Boff aplicou a hierarquia católica – considerada uma patologia – o princípio da luta de classes: tratar-se-ia de um processo de expropriação. O remédio: uma estruturação alternativa na qual igreja nasce do povo e o carisma é dado a ele.

[20] Em termos teológicos, trata-se da dissociação entre a função de governar e a função de santificar [leia-se: ministrar os sacramentos]. O portal jesuíta IHU-Unisinos, por exemplo, expoente da visão ultra-libertária da esquerda católica brasileira, propõe abertamente que mulheres leigas assumam postos na cúria romana. Recentemente, um bispo suíço escolheu um leigo para ser o seu vigário episcopal.

[21] Ainda que a atuação discreta de Francisco na aprovação da lei do aborto na Argentina tenha chamado a atenção. Na mesma linha deve ser lida a gestão do Vaticano junto aos bispos norte-americanos para evitar que os mesmos condenem abertamente o presidente Joe Biden (negando-lhe o acesso à comunhão), favorável à legislação pró-aborto. Por fim, Francisco também alterou radicalmente a composição do Instituto João Paulo II, um dos principais Think Tanks da doutrina moral da era Wojtyla.

[22] Erosion der Gnadenanstalt?: Zum Wandel der Sozialgestalt von Kirche. In: Ebertz, Michael N.: “Kirche im Gegenwind : zum Umbruch der religiösen Landschaft” : 2. Aufl. – Freiburg, 1998.

Carlos Eduardo Sell é doutor em Sociologia Política e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Autor de Max Weber e a racionalização da Vida (Vozes, 2013) e Sociologia clássica: Marx, Durkheim e Weber (Vozes, 2015)


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por Anders Noren

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