O Fios do tempo continua hoje com a análise prospectiva sobre o porvir. Após o belo texto de Abram de Swaan publicado ontem, trazemos agora mais um ótima análise do presente feita pelo sociólogo Elimar Pinheiro do Nascimento. Neste artigo, são analisadas, em boa e acessível prosa, as possíveis consequências da covid-19 em várias vias: políticas, econômicas, sociais, tecnológicas, sanitárias, demográficas, midiáticas e geopolíticas.
Se ontem tivemos a dura consciência de que uma catástrofe pode estar a caminho e que, por isso, somos responsáveis por evitá-la já, hoje temos a oportunidade de perceber quais são as vias em aberto, sendo convidados a identificar não apenas os riscos de retrocesso, como também as possibilidades de reconstrução ética, econômica e democrática.
Desejamos uma ótima leitura!
A. M.
Fios do Tempo, 06 de agosto de 2020

Já é possível visualizar
as consequências da covid-19?
Brasília, 04 de agosto de 2020
Por mais que conheçamos as variáveis do presente e as técnicas de prospecção, como recorda Nassim Taleb, no seu livro A lógica do Cisne Negro, sempre pode surgir um evento inesperado que muda tudo e desenha possibilidades não imagináveis. No entanto, os homens insistem e persistem na tentativa de visualizar o porvir. Desde tempos imemoriais. E com técnicas as mais variáveis, desde o Tarô até as técnicas sofisticadas de modelagem matemática de cenários.
Por isso, fazer um desenho das prováveis consequências da atual pandemia é tarefa arriscada, mas atraente. Arriscada porque, entre outros, ela se encontra ainda em pleno curso, com duração imprevisível. Aparentemente, será necessária uma vacina para encerrá-la, embora casos similares, anteriormente registrados na história da humanidade, mostrem que é também possível seu encerramento sem a vacina. Porém, com custo altíssimo, pois teria que ocorrer o que se denomina habitualmente de “imunidade por rebanho”, ou seja, o encerramento da circulação do vírus por dificuldade de encontrar hospedeiros. Acrescente-se a isso o desconhecimento sobre o comportamento do coronavirus SARS 2. Mesmo a imunização dos infectados não é de toda assentada no conhecimento médico atual, nem o percentual das pessoas que teriam defesas naturais contra o vírus. Persistem muitas dúvidas, inclusive no caso da vacina, pois segundo a grande imprensa existem mais de 150 laboratórios e empresas no mundo pesquisando a vacina, e destas, meia dúzia ou mais já entraram ou estão entrando em fase de testes avançados. Mas, até chegar às pessoas durará meses.
O mundo inteiro hoje debate sobre a época pós-pandemia, com visões diversas e antagônicas. E tem suas razões, afinal é o acontecimento mais trágico que se conhece desde a Segunda Guerra Mundial. Os mais pessimistas acreditam que a única aprendizagem dos humanos será a de lavar as mãos. O historiador Jaime Pinsky afirma, em artigo no Correio Brasiliense (02/08/2020) que nada, nadinha irá mudar. Como costuma dizer Cristovam Buarque, um destes pessimistas, o vírus ataca o pulmão e não o cérebro. Embora sejamos justos, no caso de Buarque ele admite que ocorrerão pequenas mudanças, em geral restrita a ampliação no uso da TI. Imagino que o inverso, atacar ao cérebro, arriscaria tornar os humanos ainda mais imbecis.
A imprensa está repleta de artigos prevendo a crise do modelo econômico vigente, que estaria em queda livre. A crise do capitalismo é uma das expressões mais usuais hoje em dia. Aliás, é uma expressão que escuto há 60 anos, e sobre as quais tenho lido rastros desde o século XIX. O que me dá a sensação de que crise é o modo de existência do capitalismo, e não um evento extraordinário. Há mesmo quem afirme que estamos em vias de uma mudança civilizacional, que seria acelerada pela covid 19. É possível, mas mudanças civilizacionais demandam décadas senão séculos. Neste caso, seria um pequeno empurrãozinho. Aparentemente, a pandemia é um acelerador de processos em curso.
Para fins didáticos apresento algumas consequências da pandemia em curso. Consequências óbvias, prováveis e possíveis, e nesta ordem. A lista não é exaustiva, mas tenta apanhar as que parecem mais relevantes, no dia de hoje, segundo dados que podem ser coletados na web.

Há consequências óbvias, como o alto e crescente número de óbitos, que caminha vagarosa, mas imperturbavelmente, para a casa do milhão. No dia 03 de agosto de 2020 seu número era de 689.370 no mundo, dos quais 94.130 no Brasil.1 Uma surpresa para quem a imaginava uma “gripezinha”.
Observe-se que a pandemia se dirige a outras regiões ainda pouco afetadas, com muita pobreza e sem estrutura adequada de saúde pública. Sem contar a possibilidade de reincidência em alguns países.
O mais grave, porém, é que outras pandemias poderão advir. Seja pela continuidade da agressão à natureza que realizamos, seja pelo desgelo dos polos, seja por um acidente de trabalho em algum das centenas de laboratórios que trabalham com vírus no mundo ou resultado de uma ação terrorista. Inclusive, a próxima pandemia poderá nascer na Amazônia, onde praticamos um crime ambiental com o desmatamento crescente.
Uma segunda consequência notória é o desastre econômico resultante do isolamento social e da paralisação de atividades econômicas não essenciais, durante meses. E na maioria dos países desenvolvidos, de forma generalizada ou regionalizada. Desconhece-se qual o tempo necessário para a recuperação da economia mundial. As previsões de queda econômica variam em torno de 9%. Os últimos dados mostram uma queda, no segundo trimestre deste ano, de mais de 10% do PIB da Alemanha e 9,5% no dos Estados Unidos. A CEPAL considera que a AL entra na “recessão mais abrupta de sua história”.
O desemprego deverá chegar a 13,5% no mundo e a pobreza deve alcançar 37,3% da população.2 As falências, o desemprego e a perda de renda foram de tal magnitude que serão necessários alguns anos para que ocorra um retorno ao nível anterior. A fome cresce em todo mundo. Com algumas surpresas, como as filas para receber alimento na Suíça. Isso mesmo, na Suíça, um dos paraísos do capitalismo. E em Nova York, sua capital.
O fato é que o mundo se desenha mais desigual e mais perverso para boa parte das sociedades no Pós-covid 19. Desigualdade que deve crescer também entre países. A China e alguns países asiáticos, como a Coreia do Sul, devem ganhar mais relevância econômica e tecnológica, enquanto a América Latina deverá se tornar mais pobre. As debilidades econômicas americanas, por sua vez, devem aumentar, em favor de seu principal concorrente, os chineses, que cresceram 3,5% no segundo trimestre.
Para manter a dianteira na corrida tecnológica, particularmente no campo da Inteligência Artificial, os Estados Unidos necessitam de novas descobertas, pois no campo da aplicação das tecnologias já conhecidas os chineses estão tomando a dianteira com seu exército de engenheiros, empreendedores e dados. Quantidades que os americanos não têm. Estes podem se posicionar na frente por meio de novas invenções disruptivas também em outros campos, como por exemplo, no campo da energia, como o controle da fusão nuclear.
Outro campo importante de mudança provável está ocorrendo no setor da saúde. Segundo seus profissionais, as enfermidades psíquicas crescem, como a depressão e a ansiedade, resultantes do isolamento social e do clima de medo que se instalou na maioria das sociedades. E aumenta a insegurança, porque não se sabe sobre a trajetória futura da pandemia. Quando será produzida uma vacina eficiente? Ninguém sabe. E este desconhecimento afeta as pessoas do ponto de vista psíquico, em particular as crianças. Como elas processarão esta experiência traumática ao longo de suas vidas?
Os serviços de saúde e a indústria farmacêutica, se já eram importantes, tornaram-se estratégicos para as Nações. Teme-se que novas pandemias aflorem e o risco de ficar dependendo de outros países é muito custoso, inclusive em vida humana. Assim, os Estados Nacionais, sobretudo os de países desenvolvidos ou em desenvolvimento, devem investir mais nesse setor.
Consequências outras estão também em curso, como o fortalecimento da Tecnologia da Informação, por meio da difusão das diversas atividades que elas oferecem e que ganharam mais relevância durante a pandemia, como o home office, o aceleramento do ensino a distância, a disseminação das videoconferências para palestras, debates e reuniões, a maior relevância do e-comércio e dos serviços de delivery. A web ganhou segmentos sociais que antes eram-lhe avessos. Setores do serviço público e de empresas privadas percebem que, em algumas situações, o home office é mais produtivo; entidades de ensino percebem que o ensino a distância é mais rentável. Estas mudanças que estão ocorrendo devem configurar novas situações no mundo do trabalho.
O fortalecimento destas tecnologias tem repercutido no crescimento das grandes empresas do setor como Amazon, Google, Apple, Microsoft, Facebook, Samsung, Alibaba, Tecent, Baidu. Mas também em empresas menores e que cresceram extraordinariamente durante a pandemia como Zoom Us de Eric Yuan e a Bytedance, dona da Tik tok.3
Se empresas aumentam seu faturamento, outras perdem fortunas, como as empresas de transporte aéreo. As viagens longas devem retornar com parcimônia, pois durante algum tempo serão vistas com desconfiança. O turismo, uma das atividades econômicas de maior crescimento nos últimos vinte anos, tende a refluir, com valorização dos locais mais pertos e mais seguros, com menos fluxo de pessoas. Vide o atual verão europeu.
O refluxo da mobilidade urbana e o aumento do e-comércio, somado às novas tecnologias de trânsito, tornarão a circulação de veículos mais inteligente, mais confortável e mais rápida. É provável uma tendência de redução dos grandes aglomerados. Um processo de desmigração urbana, que a pandemia apontou, poderá vir a crescer e se consolidar, em favor das cidades pequenas, médias e de espaços semiurbanos.
Outras tendências anteriormente existentes como o das redes sociais ocuparem o lugar da imprensa tradicional, de jornais e revistas, na veiculação de informações, estão sendo aceleradas. O que tem obrigado, estes, a migrarem para o espaço da web com mais rapidez. O jornal de papel está se transferindo para os museus.

A globalização parece conhecer um refluxo. A circulação de bens e serviços na economia mundial tende a se arrefecer, enquanto o nacionalismo e a xenofobia emergentes nas últimas décadas se fortalecem. Ganha o protecionismo. O mundo deverá estar mais fechado amanhã. A livre circulação de informações, que já conhece restrição em várias partes do mundo, deve sofrer um impacto desastroso do ponto de vista democrático.
As tensões entre China e Estados Unidos aumentaram com a pandemia. Os Estados Unidos fecharam o consulado chinês em Houston, e a China respondeu fechando o consulado americano em Chengdu. Trump ameaçou expulsar o aplicativo Tik tok dos Estados Unidos até o dia 15 de setembro se ele não for vendido a uma empresa norte-americana. De propriedade da empresa chinesa Bytedance, o aplicativo tem mais de 80 milhões de usuários nos Estados Unidos. Todos estes movimentos de Trump têm como objetivo recuperar sua popularidade para se manter no posto “mais poderoso” do mundo.
A hegemonia liberal está sendo posta em questão de forma mais incisiva. Há um maior número de críticas, e de críticos. Resta dúvida, porém, se o neoliberalismo tem seus dias contados, na medida em que a relevância do papel do Estado voltou à ordem do dia. A dúvida é que durante a crise 2008/2009 também o Estado desempenhou um papel importante, nem por isso o neoliberalismo foi enterrado. Continuou sua trajetória descendente, mas de forma parcimoniosa.
Contraditoriamente, a pandemia está contribuindo para o recuo da extrema direita no mundo, ou seja, parece que se ergueu um muro contra a expansão do nacionalismo populista autoritário. Nos Estados Unidos, a popularidade de Trump aos poucos se desfaz, permitindo ao seu adversário uma diferença de mais de dois dígitos. Na França, a extrema direita ficou reduzida a uma única municipalidade relevante, Perpignan, dentre as quase 35 mil que detém ao país. Na Alemanha o prestígio das forças de centro cresce no seio da população.
Aparentemente, há uma demanda de novas políticas que preservem o meio ambiente sem destruir os empregos e a renda dos mais pobres e, como também, da classe média. A maior importância dos resguardos relativos à sustentabilidade atribuída pela classe empresarial no ano passado na reunião de Davos, aparentemente se agudizou com a pandemia atual. Veja-se a declaração dos 90 milionários que clamaram a seus governos a aumentar os impostos sobre as suas fortunas, no documento denominado “Milionários pela Humanidade”. A vitória dos verdes nas eleições municipais na França parecem ser um indício nesse sentido.
Contudo, há consequências que são menos previsíveis, sobretudo, se virão ou não a se firmar. Uma, entre tantas outras possíveis, é o fortalecimento de movimentos culturais e sociais como o ambientalismo, o decrescimento e o convivialismo. Há uma expectativa de mudanças, de novas iniciativas fora da economia dominante. Livros, artigos acadêmicos e de opinião em periódicos e blogs no mundo inteiro são produzidos e publicizados em quantidade inimaginável. Edgar Morin acaba de publicar seu mais novo livro – Changeons de voie (Mudemos de caminho). O sucesso de Kate Raworth, com seu livro, publicado no Brasil sob o título de A economia Donut, é extraordinário. Foi surpreendente a repercussão da declaração, singela, dos 170 acadêmicos da Holanda propondo um decrescimento sustentável.4 No Brasil, ex-ministros e ex-presidentes do Banco Central se manifestaram de forma surpreendente, e mesmo contraditória com suas posições anteriores, em defesa da retomada da economia com preservação ambiental.
Em resumo: há uma sensibilidade crescente, agudizado pela pandemia, de políticas que preservem a natureza, reduzam a desigualdade e eliminem a extrema pobreza. Porém, não se sabe a profundidade, a repercussão e o desdobramento dessas mudanças, numerosas e pequenas. Aparentemente, sem força para produzir mudanças estruturais. Resta a esperança de que, por vezes, grandes movimentos nascem de pequenas iniciativas. Segundo a “lenda”, maio de 1968 iniciou-se em uma sala de aula da Universidade de Nanterre, onde era aluno, Daniel Cohn- Bendit.
Notas
1 Este link apresenta de forma atualizada os infectados pela covid 19 e os óbitos no mundo no Brasil: https://news.google.com/covid19/map?hl=pt-BR&gl=BR&ceid=BR:pt-419. [Nota do editor: No dia de publicação deste artigo, 06 de agosto, chegamos a 706.342 mortes no mundo e 97.418 no Brasil].
2 El Pais, 31/07/2020.
3 BBC. Eric Yuan, o bilionário criador do zoom que viu sua riqueza se multiplicar durante a pandemia. G1, Economia, Tecnologia, 29/04/2020, https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2020/04/29/eric-yuan-o-bilionario-criador-do-zoom-que-viu-sua-fortuna-se-multiplicar-durante-pandemia.ghtml, Acessado em 01/08/2020.

Elimar Pinheiro do Nascimento é sociólogo, com doutorado pela Université de Paris V (Rene Descartes, 1982), e pós-doutorado na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales. Professor associado dos Programas de Pós-Graduação do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UNB) e do Programa Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Autor do livro: Um mundo de riscos e desafios: conquistar a sustentabilidade, reinventar a democracia e eliminar a nova exclusão social (FAP, 2020). E-mail: elimarcds@gmail.com
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