Apresentação
No próximo dia 30 de julho, o Ciclo de Humanidades: ideias e debates em filosofia e ciências sociais realizará, em parceria com a editora UBU, o quarto encontro com o tema Quando a raça importa?!. Neste dia, refletiremos sobre o racismo em nossas sociedades, tratando de suas origens históricas e de seus distintos modos de funcionamento na atualidade. Pensaremos sobre como os projetos de nação se fundaram em concepções racistas, que se cruzaram com experiências coloniais externas e internas. A depender das sociedades nacionais, regionais e locais, existem mecanismos de estratificação por raças, que se cruzam com posições de classe, profissionais, de gênero etc., reproduzindo desigualdades e minando liberdades; ou mesmo, para usarmos o conceito de necropolítica de Achille Mbembe, corpos racializados podem ser alvos da violência estatal e social.
A existência do racismo pode ser iluminada por uma escolha teórica feita por alguns que considerem esta lente uma forma de iluminar a realidade; mas para outros, ela se manifesta também como uma experiência vivida corporal e afetivamente. Falar de raça e de racismo, portanto, por mais inoportuno que possa parecer, é apenas constatar uma experiência real e expressá-la em vista de uma reivindicação de igual reconhecimento. Iremos nos nortear por algumas questões: quando a raça se mostra importante individual e socialmente? Como o racismo se faz presente em nossas vidas, sendo vivenciado e reproduzido em suas distintas tonalidades? Será possível liberar-se da questão racial em algum momento? Será possível refletir sobre o racismo sem recair nas fragmentações da luta identitária e gerando convergências de experiências afetivas, políticas, culturais e sociais que sejam meta-raciais?
Ora, se, como alguns profetizam, o devir do mundo é um devir negro, onde as maiorias em todas cores e etnias se encontrarão nas mesmas condições que os negros encontraram na era colonial e imperial, talvez será assim que não apenas emergirá com clareza o sentido da questão racial, mas também a oportunidade de sua superação em prol da defesa de um bem comum humano.
Local:
Aplicativo Zoom
sala disponível para inscritos que queiram interagir com palestrantes. Inscrição obrigatória: https://forms.gle/8XhKXW6Ujb8VE5BE6
Streaming no youtube
Para todos no canal do Bureau du livre de l’Ambassade de France au Brésil: https://www.youtube.com/channel/UCO629tSMzuL7EYT1Vq1wIbA
Data:
30 de julho (quinta-feira)
Horário:
das 19 – 21h
Certificado:
Será disponibilizado Certificado, pelo Ateliê de Humanidades/BiblioMaison, para participação neste evento. Caso haja participação de no mínimo 75% dos dias, será dado o certificado de participação no Ciclo de Humanidades como um todo.
Palestrantes
Entrevistada
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Entrevista com Frédéric Gros. A vergonha é um sentimento revolucionário
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Ciclo de Humanidades 2023. O que não podemos esquecer? Usos e abusos da memória
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