Viver de prosa é apenas sobreviver. Viver é viver poeticamente. O estado poético é um estado de participação, comunhão, fervor, festa, amizade, amor que inflama e transfigura a vida. Ele faz viver o grande fogo na consumação (Bataille), e não no pequeno fogo do consumo.
O estado poético traz em si a qualidade da vida, cuja qualidade estética é possível sentir até o maravilhamento diante do espetáculo da natureza, de um pôr de sol, do voo de uma libélula, diante de um olhar, de uma face, diante de uma obra de arte…
Ele traz em si a experiência do sagrado e da adoração, não o culto de um deus, mas sim no amor da efêmera beleza.
Ele traz em si a participação no mistério do mundo.
Edgar Morin, A Ética, 6. A arte de viver: poesia ou/e sabedoria? (editora Sulina)
Equipe Ateliê de Humanidades
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