No último encontro do Ciclo de Humanidades de 2019 trabalhamos o tema do tempo e do efeito da aceleração sobre nossas vidas em Na máquina do tempo: como viver em uma sociedade em (des)aceleração?. Naquele momento, estávamos a refletir sobre uma sociedade em aceleração, em um ciclo de sucessão de acontecimentos frenéticos. Naquele dia, tivemos a fala de Bruna Bataglia sobre “Os efeitos da vida sob o tempo de urgência”, feita por skype. Disponibilizamos sua exposição gravada antes do encontro, feita aqui tanto na forma de episódio de podcast como também na forma de vídeo.
Com a pandemia do coronavírus, temos um fato novo, marcado por dura ironia: continuamos a nos defrontar com um frenesi de fatos e contingências difíceis de compreender, mas, com as medidas preventivas de confinamento social, nos vemos diante de uma interrupção abrupta das atividades, com uma desaceleração repentina e de duração incerta da nossa vida social e individual. Como pensar este momento ambivalente? Acreditamos que a fala de Bruna poderá nos ajudar a refletir. Uma boa escuta!
Tópicos
Como devemos entender o tempo da urgência?
- As várias formas de chamar o atual regime de temporalidade: presentismo, tirania do instante, império do efêmero, crise do porvir, 24/7, império da velocidade etc.
- As diferenças entre a aceleração do início do século XX e aquela dos anos 1970 em diante: o papel da internet, dos transportes etc.;
- A aceleração nas relações sociais, no trabalho e nas relações sociais e a explosão dos horizontes de escolha;
- A aceleração cultural: a recusa da morte e os ideais de felicidade
Efeitos do tempo de urgência sobre nossas vidas
- Tempo da urgência como tempo do mercado;
- Efeitos da aceleração sobre a democracia
- Efeitos da aceleração sobre os indivíduos e o psiquismo: questão da depressão e da compreensão do mundo;
- O capitalismo emocional e a destruição de processos racionais;
- As fake news e os efeitos emocionais imediatos.
Importância do direito em uma sociedade em aceleração:
- O jurídico como instituição de uma temporalidade social;
- A garantia da memória coletiva;
- Perdão e promessa;
- As regulações da vida diante das incertezas, dos riscos e das contingências do futuro;
- A importância da reflexividade para a vida democrática.
Escolha algum dos armazenadores de podcast abaixo.
É só clicar!









Cadernos do Ateliê. “Outra Ciência é possível!” Uma apelo à Slow Science, por Isabelle Stengers
Lançamos agora nos Cadernos do Ateliê uma primeira série que traz textos, traduzidos e inéditos, que permitam diagnosticar nosso tempo, ao mesmo tempo que refletir sobre o Ateliê e seus valores. No primeiro fascículo, iniciamos com a proposta, à qual nos vinculamos, de uma slow science. Após termos publicado no nosso site uma tradução do…
Manifesto por uma Slow Science
Quando tudo parece necessário e inevitável, sempre surgem aqueles que nos lembram que somos, antes de tudo, seres capazes de agir e de (nos) renovar.
Sempre que possível, o Ateliê fará circular, difundir e repercutir importantes manifestações culturais e intelectuais feitas em defesa do tempo próprio. De partida, trazemos uma tradução do importante Manifesto da…
Manifesto por uma disciplina inútil, a ciência do homem, por André Leroi-Gourhan
Apresentação O texto aqui publicado é um manifesto pela “ciência do homem”, em defesa da importância humana de sua “inutilidade” e “gratuidade”. Publicado em 1974 no jornal Le Monde, este texto do etnólogo e pré-historiador André Leroi-Gourhan mostra toda sua atualidade ao abordar temas como a crise das universidades, as consequências da mundialização e a…
Deixe uma resposta