Salta aos olhos que a vida numa sociedade estética não corresponde às imagens de felicidade e de beleza que ela difunde em abundância no cotidiano. É um Homo aestheticus reflexivo, ansioso, esquizofrênico que domina a cena nas sociedades hipermodernas. As produções estéticas proliferam, mas o bem viver está ameaçado, comprometido, ferido. Consumimos cada vez mais belezas, porém nossa vida não é mais bela: aí se encontram o sucesso e o fracasso profundos do capitalismo artista. […] As belezas são excessivas, mas não nos aproximamos em absoluto de uma virtude mais elevada, de maior justiça ou mesmo de maior felicidade
Gilles Lipovetsky & Jean Serroy.
A estetização do mundo: viver na era do capitalismo artista.
São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 33.
Achado de Eliane Soares
Imagem: Homem diante das telas “Dollar Sing” e “Dollar Sings” (1981) na Sotherby’s de Londres; em leilão, elas foram vendidas por cerca de R$ 23 milhões e R$ 34 milhões, respectivamente.
Este livro foi publicado com apoio:
Os Pontos de Leitura do Ateliê
A leitura é uma das mais prazerosas experiências do artesanato intelectual. Em nossos estudos e pesquisas, fazemos viagens que navegam entre leituras e livros, às vezes com um roteiro bem planejado, outras vezes com uma aventura plena de caos. No meio do caminho, há sempre pedras, pois há sempre pedras no meio do caminho. Mas algumas nas quais tropeçamos são preciosas, esplêndidos tesouros achados, riquezas de pensamento e de cultura.
Nossa seção “Pontos de Leitura” se constitui como um espaço do Ateliê para compartilhar tais pontos descobertos, entre uma linha e outra de nossa itinerância. Bons achados!
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