Curso do Ateliê de Humanidades na SBS 2019. Metamorfoses da Sociologia: O que dela esperar e o que fazer dela?!

Coordenação

Paulo Henrique Martins & André Magnelli

Ministradores

Paulo Henrique Martins, André Magnelli & Lucas Faial Soneghet

Resumo simples

A sociologia é uma ciência relativamente recente cujo fim pode estar próximo. Tendo nascido nas sociedades modernas, é possível que ela seja vítima de sua desconstrução, para a qual ela mesma contribui. Assim, neste tempo de mutações, temos que nos perguntar: será que a sociologia vive uma crise e, se sim, qual seu destino próximo? Para responder, nos encadeamos em uma série de perplexidades: mas o que é a sociologia? O que ela pode conhecer? O que é bom que ela faça, ou o que ela deve fazer? Ou melhor, o que podemos dela esperar e o que podemos fazer dela?! 

No presente curso, pensamos os contornos de uma crise da sociologia e, ao mesmo tempo, as suas possíveis metamorfoses. Buscamos pensá-la por meio de uma reconstrução da sua história, articulando-a com a história moderna. Começamos com uma reflexão sobre sua situação atual, associando-a à crise da modernidade e das próprias universidades. Em seguida, percorremos sua história em três blocos: na primeira sessão, o momento de construção da(s) sociologia(s) no séc. XIX; na segunda, as experiências no século XX de conexões disciplinares, de abertura à pluralidade e da crise do progresso; na terceira, a existência no século XXI de uma complexidade insuprimível e de uma desconstrução da modernidade. Chegaremos, no fim, a proposições sobre as brechas e vias da sociologia, buscando assinalar quais são as metamorfoses que permitam fazer a sociologia não apenas compreender, mas também responder aos desafios do tempo presente.

Programa resumido

1a sessão. Um tempo de crises: por uma volta à(s) sociologia(s) em construção

Referências bibliográficas

KUMAR, K. (1978) Prophecy And Progress: The Sociology of Industrial And Post-Industrial Society. Penguin Books. (1º parte).

CAILLÉ, Alain. (1993) Introdução. As ciências sociais e o esquecimento do factor político (p. 11-42); Cap. 1. Em prol de uma ciência social que seja uma filosofia política, e reciprocamente (p. 45-78). In: A demissão dos intelectuais. Lisboa: Piaget. 

MARTINS, Paulo Henrique. (2019a) O pensamento crítico pós-colonial e a radiografia da crise institucional em curso. In: FARIAS, Alberto L. Cordeiro de; MAGNELLI, André. Cartografias da Crítica: balanço, perspectivas e textos. Rio de Janeiro: Sociofilo (no prelo).

FARIAS, Alberto L. Cordeiro de; MAGNELLI, André. (2019a) Projeto Cartografias da Crítica (segunda fase). Cadernos do Ateliê, fevereiro. (no prelo). 

2a sessão. Entre guerras e alteridades: aberturas, movimentos e desconstruções

Referências bibliográficas

ALEXANDER, Jeffrey. (1987) O novo movimento teórico. Revista brasileira de ciências sociais, v. 2, n. 4, p. 5-28.

_______. (1995) Modern, anti, post, neo. New Left Review, n. 210, p. 63.

CONNELL, Raewyn. (2012) O Império e a criação de uma Ciência Social. Revista Semestral do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar, v. 2, n. 2, p. 309.

SMITH, Dorothy E. (1974) Women’s perspective as a radical critique of sociology. Sociological inquiry, v. 44, n. 1, p. 7-13.

COLLINS, Patricia Hill. (1986) Learning from the outsider within: The sociological significance of Black feminist thought. Social problems, v. 33, n. 6, p. s14-s32.

CHAKRABARTY, Dipesh. Provincializing Europe. Postcolonial thought and historical difference. Princeton: Princeton University Press, 2000 (introdução).

3a sessão. Brechas contemporâneas e vias de reconstrução 

Referências bibliográficas

MORIN, Edgar. (2011) Crise da modernidade. In: MORIN, Edgar. Rumo ao abismo? Ensaio sobre o destino da humanidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. p. 17-32.

BURAWOY, Michael. (2006) Por uma sociologia pública. Política & Trabalho – Revista de Ciências Sociais, n. 25, Outubro. p. 9-50. 

CAILLÉ, Alain; VANDENBERGHE, Frederic. (2016) Neo-classical sociology: The prospects of social theory today. European Journal of Social Theory, v. 19, n. 1, p. 3-20.

MARTINS, Paulo Henrique. (2019b) Elementos para um manifesto em favor de uma “ciência social engajada”. Cadernos do Ateliê (no prelo).

ALLEN, Amy. (2016) 1. Critical Theory and the Idea of Progress; Conclusion: “Truth”, Reason, and History. In: ALLEN, A. The End of Progress: decolonizing the normative foundations of critical theory. New York: Columbia University Press, 2016.

CHANIAL, Philippe. (2019) O lado luminoso da força social. Cadernos do Ateliê (no prelo).

Deixe uma resposta

por Anders Noren

Acima ↑

%d blogueiros gostam disto: