Ciclo de Humanidades 2022. A hora da democracia!? / No tempo do sensível

O Ciclo de Humanidades é realizado desde 2019 pelo Ateliê de Humanidades, o Escritório do Livro da Embaixada da França no Brasil & a BiblioMaison. Após um total de 26 encontros e 12 entrevistas de 2019 a 2021, chegamos em nosso quarto ano com o Ciclo de Humanidades 2022. Ele será em formato híbrido (presença física na BiblioMaison e virtual por Zoom/Youtube), sendo dividido em duas rodadas temáticas.

A primeira rodada terá por tema A hora da democracia!?, sendo composta por três encontros de abril a junho. Sendo um ano de eleições tanto no Brasil quanto na França, realizadas em meio a desencantos e conflitos, refletiremos no primeiro semestre sobre as mutações das democracias, começando com uma análise de suas crises e problemas até chegar a uma discussão sobre as ideias atuais para renová-las. 

De agosto a novembro, teremos a segunda rodada dedicada ao tema No tempo do sensível, quando pensaremos a importância da presença corporal, da percepção, dos sentimentos e dos sentidos para reconstrução de nosso pensamento e de nossos laços com os outros, com o social e com o mundo.

Evento gratuito e híbrido

Tradução simultânea

Quando ocorre?

Toda última quinta-feira do mês

Que horas?

Entre 16h e 18h
(Fique atento! Horário vai variar em função da presença virtual de autores/as francófonos/as)

Onde?

Espaço físico da BiblioMaison (Av. Pres. Antônio Carlos, 58 – 11° andar – Centro, Rio de Janeiro)

Plataforma ZOOM para inscritos (com tradução simultânea)

Streaming no Youtube para todos


Primeira rodada – A hora da democracia?

A primeira rodada tem por tema A hora da democracia!?, sendo composta por três encontros de abril a junho. Sendo um ano de eleições tanto no Brasil quanto na França, realizadas em meio a desencantos e conflitos, refletiremos no primeiro semestre sobre as mutações das democracias, começando com uma análise de suas crises e problemas até chegar a uma discussão sobre as ideias atuais para renová-las.

1o encontro (28 de abril)
A democracia polarizada: navegando no século do populismo

Pelos vários cantos do mundo, as democracias estão em crise e se tornam polarizadas por líderes e movimentos ditos “populistas”. Mas o que são mesmo os populismos? O que eles estão nos dizendo sobre o que não vai bem conosco? Como podemos navegar nas águas revoltas da crise democrática sem afundar em “democraturas”? Como fazer uma crítica dos populismos em favor de mais, e não de menos, democracia?

No primeiro encontro do Ciclo de Humanidades 2022, faremos uma conversa em torno do livro O século do populismo: história, teoria, crítica, do historiador e pensador político francês Pierre Rosanvallon (Ateliê de Humanidades Editorial, 2021). Nossa mesa-redonda terá a presença, em modo virtual, do próprio Rosanvallon (Collège de France / École des Hautes Études en Sciences Sociales) e, presentes fisicamente no espaço da BiblioMaison, estarão conosco Christian Lynch (IESP-UERJ) e Tatiana Roque (UFRJ), com mediação de André Magnelli (Ateliê de Humanidades).

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2o encontro (26 de maio)
Criticar, resistir, governar: refazer a política na era da desconfiança

Após tratar dos populismos, aprofundaremos nosso debate sobre as democracias explorando um paradoxo: de um lado, viver democraticamente implica o exercício do dissenso, da crítica, da resistência, do impedimento, da desobediência, da denúncia etc. Por outro lado, a democracia necessita da construção de consensos e de um governo que organize um horizonte comum de bem viver e agir coletivamente. Como lidar com este aparente paradoxo? Qual a importância do dissenso e da desobediência? Por que nossas sociedades são tão ingovernáveis e desconfiadas? Em meio a tantas injustiças, incertezas e conflitos, como estabelecer laços de confiança e convívio? É possível construir um bom governo que evite a autodestruição das democracias pelo desencanto, dégagisme e cinismo?

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3o encontro (30 de junho)
Além da crítica e indignação: ideias para renovar a democracia

Nos primeiros encontros do Ciclo de Humanidades 2020, refletimos sobre a crise e os impasses das democracias atuais; agora, no terceiro encontro de “A hora da democracia!?”, propomos ir além da crítica e indignação, pensando nas ideias para renovar a democracia.

Nossa mesa redonda contará com a presença de Alain Caillé (líder do Mouvement Anti-utilitariste en Sciences Sociales – MAUSS – e do Movimento Convivialista), de Genauto Carvalho de França Filho (Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia) e de João Rego (Revista Será? e presidente do IEPfD | Instituto de Estudos e Pesquisas para o fortalecimento da Democracia), com mediação de André Magnelli (Ateliê de Humanidades / Ateliê de Humanidades Editorial).

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Segunda rodada – No tempo do sensível

A segunda rodada do Ciclo de Humanidades 2022 tem a temática “No tempo do sensível”. O objetivo é trazer a centralidade da estética para a formação de laços existenciais, sociais, morais e políticos. Propondo pensar a estética no sentido amplo, que diz respeito a tudo que envolve corpos, sentidos, sentimentos, afetos etc., são explorados os entrecruzamentos entre ideias, afetos, corpos e sentimentos morais. Ela terá quatro encontros.

4o encontro (25 de agosto)
Um pensar crioulo: para abrir o mundo a partir de suas margens

A rodada “No tempo do sensível” tem por tema de partida a força e atualidade dos pensamentos vindos das fronteiras. Em parceria com o Ciclo Caribe: Real e Sonhado (que será realizado em setembro), nossa conversa será um diálogo entre Europa, Caribe e América Latina, tendo por referência questão da identidade crioula, presente em autores como Édouard Glissant, Patrick Chamoiseau e Raphaël Confiant. Refletiremos, numa interface entre literatura, poesia e sociologia, sobre as possibilidades abertas por um “pensar crioulo” na constituição de alternativas em relação aos projetos coloniais de nosso tempo. Para tanto, teremos a presença de Vanessa Massoni (professora da UFF e curadora do Ciclo Caribe) e Henrique Amaral (poeta, doutorando na USP e tradutor de Édouard Glissant).

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5o encontro (29 de setembro)
O teatro da vida: quando o corpo se faz presente

Diante da virtualização das relações sociais e da informacionalização da sociedade, o corpo parece pouco comparecer no fazer do mundo de cada dia. Contudo, a presença performativa dos corpos nas relações consigo mesmo, com os outros e com o mundo é parte essencial da vida humana e social. O corpo se faz presente na teatralidade da vida, sendo parte constitutiva tanto do tecido cotidiano das relações sociais quanto das mais abstratas construções simbólicas. Sem a experiência corporal, sem a relação presentificada, cognitiva e afetiva com os outros, esvai-se por entre os dedos o frágil sentido das coisas, mesmo que nossas digitais estejam empenhadas em compor signos nas telas dos celulares e teclas de notebooks. Neste encontro, iremos refletir sobre a teatralidade própria da experiência vital do mundo, na qual o corpo se faz presente em toda sua materialidade semiótica.

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6o encontro (27 de outubro)
A escuta sensível: por uma arte que nos falta

Vivemos em uma sociedade da fala e do grito, onde todos querem ser ouvidos, ser reconhecidos e, quase sempre também, ter seus minutos de fama. Mas é possível constituir uma vida e sociedade dignas de serem vividas compostas tão somente por falantes, sejam eles surdos grosseiros ou habilidosos sofistas? Neste encontro, traremos a centralidade da abertura sensível – ao mesmo tempo visual, tátil e auditiva – ao mundo e aos outros. Especial atenção será dada a uma arte e forma de estar-no-mundo bem esquecida ou desconsiderada, fundamental para o tipo de laço social e existencial demandado por nossas sociedades plurais e complexas: a arte da escuta.

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7o encontro (24 de novembro)
A fragilidade do responder: responsabilidade como atenção e sensibilidade

No último encontro do Ciclo de Humanidades 2022, conversaremos sobre a outra face da escuta: a capacidade de responder com atenção e sensibilidade. Deste modo, concluindo esta rodada de reflexão sobre nosso “tempo do sensível”, traremos uma concepção de responsabilidade que está associada à capacidade de estar atento e sensível ao que se faz e às consequências e reações que se provoca na relação com outrem. Entendendo responsabilidade no sentido de Donna Haraway (isto é, como uma response-ability), e dialogando com outros autores francófonos e alemães (sobretudo Hannah Arendt), será desenvolvida a articulação pouco pensada nas democracias entre a ação, a responsabilidade, o cuidado e a autoridade. Esta conversa envolve a capacidade de responder não apenas no sentido ético-moral e jurídico na relação entre seres humanos, como também abre o horizonte para pensar nossas relações com os não-humanos e com a própria Terra.


Conheça a programação do Ciclo de Humanidades dos anos anteriores. E assista a qualquer momento!


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por Anders Noren

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