A Democracia (In)Acabada: quadros e bordas da soberania do povo

Apresentação do evento

A democracia triunfou grandemente e vacilou persistentemente. É uma trivialidade falar hoje que ela está em crise e que é alvo de crítica. Basta olharmos para este ano eleitoral de 2018, onde ela é vista muito mais como um problema com o qual se debate, do que como uma solução evidente da qual se parte. Mas precisamos assumir uma perspectiva mais ampla do que a da conjuntura política, perguntando-nos sobre o que são as democracias, tendo por eixo de interrogação o seu próprio fundamento: a questão da soberania do povo.

Se a democracia é um regime de soberania popular, o que é o povo e como ele exerce sua soberania e manifesta sua vontade? Quais as relações entre a soberania popular e a representação política, entre a autonomia coletiva e a autonomia individual, entre democracia e liberalismo? Quais resoluções históricas, instituições políticas e prática sociais emergiram para lidar com os equívocos originários e as tensões permanentes? Quais os perigos, as ilusões e as potencialidades de um projeto de soberania ativa?

Assumindo que a democracia é, antes de tudo, uma história, uma experiência e um aprendizado, o Ateliê de Humanidades propõe-se a tais reflexões no próximo dia 31 de outubro (das 19:00 às 20:30h) em mesa-redonda realizada na BiblioMaison, com participação de André Magnelli (Ateliê de Humanidades / FSB-RJ) e Felipe Maia (UFJF). No evento A Democracia (In)Acabada: quadros e bordas da soberania do povo, debateremos o livro do historiador francês Pierre Rosanvallon, A democracia inacabada (recentemente publicado em português pela Alameda editorial), fazendo uma introdução e uma contextualização da obra, que reconstrói uma história longa e alargada da soberania do povo. Além disso, refletiremos, em diálogo com outros autores contemporâneos, sobre suas possíveis contribuições para um pensamento crítico sobre o presente, um diagnóstico da crise contemporânea e uma compreensão das mutações em curso.

Objetivos do evento

  • apresentar o livro A democracia inacabada ao público, expondo sinteticamente suas teses e seus argumentos;
  • discutir o contexto deste livro tanto dentro da história da democracia na França, quanto no interior dos estudos do autor sobre as “mutações das democracias contemporâneas”;
  • pensá-lo criticamente, refletindo sobre as problemáticas que dele emergem e sobre suas possíveis contribuições para uma interpretação da crise e da mutação da democracia.

Local: Espaço da Bibliomaison/Médiathèque da Maison de France: Av. Presidente Antonio Carlos 58, Centro, RJ, 11º andar.

Data: 31 de outubro (quarta-feira)

Horário: das 19:00 às 20:30h (podendo chegar às 21h)

Evento Gratuito

Sobre o autor:

Pierre Rosanvallon

Pierre Rosanvallon

é um historiador com investigações sobre a história e a teoria da democracia, o modelo político francês e a questão da justiça social e do papel do Estado nas sociedades contemporâneas. Desde 2001, ele ocupa a Cátedra de História Moderna e Contemporânea do Collège de France; e é também diretor de estudos da École des hautes études en sciences sociales (EHESS) no domínio de História e Civilizações da Europa.

Ele preside o projeto La République des idées, um lugar de pensamento e de encontro de intelectuais com a ambição de ajudar a refundar a sociedade democrática. Foi fundador também do site La vie des idées (https://laviedesidees.fr/) e é diretor da coleção da editora Le Seuil com o nome La République des idées (http://www.repid.com/).

É autor de dezenas de livros, com estudos sobre a gênese do liberalismo econômico (Le capitalisme utopique, 1979), a crise e a mudança do Estado de Bem Estar e da questão social (La Crise de l’État-providence, 1981; La nouvelle question sociale, 1995), a história da democracia francesa e do regime democrático moderno (Le sacre du citoyen, 1992; Le peuple introuvable,1998; La démocratie inachevée, 2000) e, mais recentemente, sobre as mutações da democracia e a teoria democrática contemporânea (La contre-démocratie, 1996; La légitimité démocratique, 2008; La société des égaux, 2010; Le bon gouvernement, 2015).

A mesa-redonda será composta por:

Mediação

S. Lindoberg da S. Campos (livre-pesquisador do Ateliê de Humanidades / doutorando em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e mestre em Literatura Portuguesa pela UERJ).

1o expositor

André Magnelli

livre-pesquisador e diretor do Ateliê de Humanidades; mestre e doutor em Sociologia no IESP-UERJ; professor adjunto da Faculdade de São Bento (FSB-RJ); professor das pós-graduações de Filosofia Moderna e Contemporânea e de Filosofia & Literatura da FSB-RJ; foi membro organizador e editor do Blog do Sociofilo e pesquisador associado do Núcleo de Pesquisa SOCIOFILO (IESP-UERJ); pesquisador associado do Centro Brasileiro de Estudos Durkheimianos (UFRGS); publica periodicamente no Jornal do Brasil (JB). Pesquisa na interface de teoria social, teoria antropológica, tecnociências & sociedade, sociologia histórica do político, ética, filosofia política e retórica.

2o expositor

Felipe Maia (UFJF)

Professor Adjunto do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Membro do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFJF. Doutor em Sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP – UERJ) (2014), com pós-doutorado no CPDOC – FGV (2015). Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (2007) e mestrado em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (2009). Tem experiência na área de Sociologia, atuando principalmente nos seguintes temas: questão agrária, modernização, intelectuais, fronteira e pensamento social brasileiro.

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por Anders Noren

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